Março Azul-Marinho – Conscientização do Câncer Colorretal

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O artigo de hoje será para falarmos de uma campanha bastante importante, caracterizada pela cor azul-marinho no mês de março. Como o nome sugere, o Março Azul-Marinho é uma campanha realizada este  mês, com o intuito de alertar à população sobre a importância da prevenção do câncer colorretal. Esse tipo de câncer abrange os tumores que têm início no intestino grosso, especificamente nas regiões chamadas de cólon, reto e ânus.

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No Nordeste, o tumor é o quarto que mais atinge homens, e o terceiro que mais atinge mulheres. A iniciativa está sendo encabeçada pelo Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP).

 

O Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 40.990 novos casos de câncer colorretal (20.520 em homens e 20.470 em mulheres). Esses valores correspondem a um risco estimado de 19,63 casos novos a cada 100 mil homens e 19,63 para cada 100 mil mulheres. 

 

De modo geral, o risco de desenvolver câncer colorretal ao longo da vida é um pouco menor nas mulheres do que nos homens; cerca de 1 em 23 (4,4%) para homens e 1 em 25 (4,1%) para mulheres. Vários fatores podem afetar o risco de uma pessoa desenvolver câncer colorretal.

 

Por que o câncer colorretal é tão incidente?

Com o processo de desenvolvimento do Brasil este câncer se tornou mais incidente, por estarem relacionados a hábitos de vida, provavelmente por nos alimentarmos de forma pior, com menos fibras e mais gordura na dieta, além do aumento do sedentarismo.

 

Como a maioria dos tumores, a incidência do câncer colorretal decorre de práticas não saudáveis, como obesidade, tabagismo, alcoolismo, sedentarismo e excesso de consumo de carne processada. Mas veremos um pouco mais sobre isso mais à frente…

 

Além disso, outros fatores podem causar a aparição da doença, como o histórico de pólipos adenomatosos – lesões benignas que podem aparecer na parede interna do intestino grosso – histórico pessoal ou familiar da doença, mesmo que a pessoa já tenha sido tratada cirurgicamente, e histórico de doença inflamatória intestinal. Sinais como dores, sangue nas fezes, diarreia, constipação, fezes finas, náusea, obstrução intestinal, anemia, fadiga, perda de apetite, etc.

 

O câncer colorretal apresenta chances de cura, se diagnosticado precocemente. Nesse caso, a detecção do tumor pode ser feita através de exames de rastreamento, bem como por meio de exame físico. No caso dos pacientes que já apresentaram os sintomas da doença, o diagnóstico é feito por meio de investigação de exames clínicos, radiológicos ou laboratoriais.

 

Nos Estados Unidos, o câncer colorretal é a terceira principal causa de mortes relacionada ao câncer em homens e mulheres, e a segunda causa mais comum de morte por câncer nos 2 gêneros combinados. Entretanto, a taxa de mortalidade por câncer colorretal vem caindo para ambos os sexos há várias décadas. 

Existe uma série de possíveis razões para isso. Uma delas é que os pólipos são diagnosticados durante o rastreamento e retirados antes que possam se transformar em uma doença neoplásica. O rastreamento também possibilita que a doença seja diagnosticada precocemente, quando é mais fácil de ser tratada e curada. Além disso, o tratamento do câncer colorretal evoluiu bastante nos últimos anos.

 

O que é o câncer colorretal?

O câncer de cólon abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto, sendo um dos tipos de câncer mais incidentes no mundo. É tratável e curável na maioria dos casos detectado precocemente.

 

90% desses tumores se inicia a partir de pólipos (lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso). Um pólipo demora em média 10 anos. Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores seria a detecção e a remoção dos pólipos antes de eles se tornarem malignos, por meio de procedimentos como a colonoscopia.

 

70% dos cânceres aparecem no reto. Já os cânceres colorretais familiares (como pais e avós) aparecem mais no cólon direito, perto do apêndice.

 

Quais as causas e os fatores de risco da doença?

O câncer colorretal resulta da interação de fatores genéticos, ambientais e dietéticos. Algumas síndromes genéticas são responsáveis por uma minoria dos casos, sendo a maioria dos casos ocorridos ao acaso devido a interação dos fatores de risco que seguem.

 

Fatores de risco

Pólipos adenomatosos

É verdade que os pólipos adenomatosos se alteram em algum momento (displasia), e isso vai se dando até evoluírem para adenocarcinoma, que é o câncer de cólon mais comum. Este é o principal motivo para se indicar a colonoscopia de rastreamento, pois esses pólipos podem ser retirados quando pequenos e ainda benignos. O processo de transformação de um pólipo em um tumor invasivo pode durar de 7 a 10 anos.

Idade

A incidência é maior em homens e mulheres com idade superior a 50 anos. Não se sabe ao certo porque isso acontece. Uma teoria é a de que essas pessoas tenham sido expostas ao fatores de risco por mais tempo.

Diabetes e obesidade

O risco de desenvolver câncer de cólon ou câncer colorretal pode ser maior em pessoas com diabetes e resistência à insulina. Além disso, pessoas com obesidade têm mais chances de sofrer com o câncer de cólon e de sofrer complicações da doença.

Tabagismo e alcoolismo

Não se tem uma relação direta entre álcool e câncer de cólon. Todavia, sabe-se que pessoas que ingerem grandes quantidades de álcool têm um risco maior para desenvolver a doença. Principalmente para pessoas que ingerem mais de 45 g de álcool por dia (equivalente a aproximadamente três latas de cerveja de 350 mL, três taças de vinho de 150 mL ou três doses de uísque de 40 mL. Além disso,o tabagismo também aumenta o risco de câncer de cólon, uma vez que as substâncias nocivas do cigarro podem afetar as células do intestino.

Doença inflamatória intestinal (DII)

O câncer de cólon está relacionado com a retocolite ulcerativa, uma doença autoimune que agride a mucosa colorretal, cujo dano crônico nas células da mucosa favorecem o surgimento da displasia que dará origem à lesão maligna. A retocolite sub-tratada e em atividade e de longa data são fatores que possibilitam a degeneração para o câncer de cólon. 

 

Colonoscopias periódicas mantém estes pacientes em vigilância e identifica precocemente lesões suspeitas. A Doença de Crohn também pode evoluir para um câncer colorretal de forma semelhante à colite ulcerativa.

 

Polipose adenomatosa familiar

Trata-se de uma doença hereditária, determinada quando há mais de 100 pólipos adenomatosos pelos segmentos dos cólons. Na maioria das vezes, o diagnóstico é feito quando já há o desenvolvimento do câncer de cólon em pacientes jovens. Nesse caso, todos os familiares diretos devem ser submetidos a colonoscopia para que o diagnóstico seja feito o mais precocemente possível.

 

Vale lembrar que em casos assim, o câncer não aparece como pólipo, se desenvolvendo diretamente em um tumor maior. Mas, na maioria das vezes é preciso que a herança seja relacionada aos outros fatores de risco já citados, como alimentação pobre em fibras e rica em gorduras e sedentarismo.

Histórico familiar

Acredita-se que pessoas com avós, pais e irmãos com câncer colorretal expostos a fatores de risco têm muito mais chance de desenvolver a doença, daí a necessidade de se realizarem exames preventivos.

 

Síndrome de Lynch

A Síndrome é uma doença hereditária autossômica dominante e responsável por cerca de 3 a 5% dos tumores colorretais. Cerca de 70% dos pacientes têm chance de desenvolver câncer colorretal. Nos jovens, com manifestações principalmente no cólon direito, deve-se observar esses critérios para avaliar a presença da Síndrome de Lynch:

 

  • Três ou mais familiares com câncer de cólon, duas gerações sucessivas afetadas e pelo menos um com idade inferior a 50 anos;
  • Três ou mais familiares com um dos tumores a seguir: câncer colorretal, endométrio, intestino delgado, ureter e pélvis renal;
  • Pelo menos duas gerações sucessivas e pelo menos um dos tumores diagnosticados em idade inferior a 50 anos.

Quais os sintomas de Câncer Colorretal?

É verdade que muitas pessoas com câncer de cólon não têm quaisquer sintomas nos estágios iniciais da doença. Quando os sintomas aparecem, eles podem variar, dependendo do tamanho e localização do câncer no seu intestino grosso. Os sintomas mais comuns são:

  • Uma mudança em seus hábitos intestinais, incluindo diarreia ou constipação;
  • Fezes pastosas de cor escura;
  • Fezes afiladas (em fita);
  • Sangramento retal ou sangue nas fezes;
  • Desconforto abdominal persistente, como cólicas, gases ou dor;
  • Sensação de que o seu intestino não esvazia completamente;
  • Fraqueza ou fadiga;
  • Perda de peso inexplicável;
  • Náuseas e vômito;
  • Sensação dolorida na região anal, com esforço ineficaz para evacuar.

 

Se notar quaisquer sintomas de câncer colorretal, tais como sangue nas fezes ou uma alteração persistente nos hábitos intestinais, marque uma consulta com seu médico.

Como é feito o diagnóstico?

O câncer colorretal pode ser detectado precocemente usando de dois exames: pesquisa de sangue oculto nas fezes e colonoscopia. Pessoas com mais de 50 anos devem se submeter anualmente à pesquisa de sangue oculto nas fezes. Caso o resultado seja positivo, é recomendada a colonoscopia.

 

Imediatamente após o diagnóstico de câncer colorretal, o próximo passo é a realização de exames para estadiamento da doença, que irão identificar a sua extensão. Nesses casos, estão incluídos os exames físicos, laboratoriais, radiografias, tomografias, exames de ressonância magnética e, algumas vezes, o PET-CT.

 

A indicação e a sequência correta desses exames dependem da localização do tumor (cólon ou reto) e da suspeita de metástases. Todo o tratamento é planejado a partir do estadiamento, portanto não é correto iniciar o tratamento antes da identificação do grau de estadiamento, salvo em casos de urgência (perfuração do intestino, por exemplo). Os estágios (estadios) para câncer colorretal são:

 

Estadio I: câncer crescendo no revestimento superficial (mucosa) do cólon ou do reto, mas que não se espalhou além da parede do cólon ou reto. 

 

Estadio II: o câncer já se espalhou através da parede do cólon ou reto, mas não invadiu os linfonodos próximos. 

 

Estadio III: o câncer invadiu os nódulos linfáticos próximos, mas não está a afetando em outras partes do corpo.

 

Estadio IV: O câncer se espalhou para outros órgãos, tais como fígado ou pulmão.

 

Exames

Pode-se encaminhar o paciente a alguns exames, tais como:

Colonoscopia

A colonoscopia é o exame padrão para rastreamento e diagnóstico e permite ao médico analisar o revestimento interno do intestino grosso e parte do delgado, correspondente ao reto e ao cólon. A colonoscopia ajuda a encontrar pólipos, tumores, inflamações, úlceras e outras alterações do órgão. A margem de erro do exame é de 20%, que pode não identificar pólipos muito pequenos.

 

O exame é realizado com o colonoscópio, uma haste flexível da espessura de um centímetro – aproximadamente um dedo indicador -, com cerca de um metro de comprimento. Ele tem uma câmera na sua extremidade, que capta a imagem e transmite para um monitor de televisão.

 

Durante o exame, o pólipo pode ser ressecado (polipectomia), o que pode se traduzir em 90% de cura de um câncer futuro. Quando o pólipo ressecado é considerado perigoso, pode ser preciso repetir o exame a cada 3 ou 5 anos. No entanto, pólipos com mais de três centímetros são mais difíceis de tirar pois há risco de perfurar o intestino.

Exame de sangue oculto nas fezes

Como o próprio nome diz, este exame analisa a presença de sangue nas fezes que não podem ser vistos a olho nu. Um resultado positivo para esse exame indica que o paciente está sofrendo algum sangramento no intestino grosso, que pode ser consequência de uma inflamação, trauma ou tumor. 

 

O paciente faz a coleta das fezes frescas em casa ou no hospital e leva a amostra para ser analisada em laboratório. Este é um exame mais utilizado para rastreamento em indivíduos assintomáticos, não sendo uma boa opção em pacientes com sintomas.

Sigmoidoscopia

Trata-se de um procedimento endoscópico que analisa o reto e a parte inferior do intestino grosso, chamada sigmoide. É usada para avaliar sintomas gastrointestinais, como sangramento retal ou alterações nos hábitos intestinais, além de triar para o câncer colorretal. Durante o procedimento, o médico utiliza um sigmoidoscópio, um instrumento flexível tubular longo, com aproximadamente meia polegada de diâmetro e uma câmera da ponta.

Tratamento para o Câncer de cólon

Tudo depende do estadiamento do tumor e se já apresenta o diagnóstico com metástase ou não. Outro fator determinante para o tratamento do câncer colorretal é o paciente e qual o seu estado de saúde e época da vida. 

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Tratar o câncer de cólon em uma mulher de 45 anos, saudável, é completamente diferente de fazer o tratamento em uma mulher com 80 anos e doenças relacionadas – ainda que o tipo e extensão do câncer sejam exatamente iguais. Nesse caso, deve ser levado em conta o impacto dos tratamentos e se eles irão interferir na qualidade de vida do paciente.

 

Se for levar apenas isso em conta, tumores menores e que estão restritos ao intestino são apenas operados. Já tumores que comprometeram muito do intestino ou mesmo avançaram para órgãos ou gânglios próximos são combinados com sessões de quimioterapia por entre três e seis meses. Além disso, tumores próximos do reto podem ser tratados também com radioterapia aliada à cirurgia.

 

Outro fator determinante para o tratamento do câncer é o paciente e qual o seu estado de saúde e época da vida. Tratar o câncer colorretal em uma mulher de 45 anos, saudável, é completamente diferente de fazer o tratamento em uma mulher com 80 anos e doenças relacionadas – ainda que o tipo e extensão do câncer sejam exatamente iguais. É preciso sempre ser levado em conta o impacto dos tratamentos e se eles irão interferir na qualidade de vida do paciente.

Cirurgia para câncer de cólon em estágio inicial

Se o câncer é pequeno e em um estágio muito inicial, o médico pode ser capaz de removê-lo completamente durante uma colonoscopia. Pólipos maiores podem ser removidos com a ressecção endoscópica da mucosa.

 

Pólipos que não conseguem ser removidos durante uma colonoscopia podem ser retirados através de cirurgia laparoscópica. Nesse procedimento, o cirurgião realiza a operação fazendo várias pequenas incisões na sua parede abdominal e inserindo instrumentos com câmeras anexadas que mostram seu cólon em um monitor de vídeo. Após retirar o tumor, o médico também pode retirar amostras de seus gânglios linfáticos, a fim de saber se o câncer está se espalhando.

Cirurgia invasiva para câncer colorretal

Se o câncer colorretal cresceu para além das paredes do cólon, pode ser recomendada uma colectomia parcial, ou hemicolectomia. Essa cirurgia remove a parte do cólon que contém o câncer, juntamente com uma margem de tecido normal em ambos os lados do câncer. Os gânglios linfáticos regionais são removidos e testados normalmente também para o câncer.

 

Muitas vezes, o cirurgião é capaz de reconectar as partes saudáveis do seu cólon ou reto. Mas isso não é possível quando, por exemplo, o câncer está na saída do seu reto, você pode precisar de ter uma colostomia temporária ou permanente. A colostomia envolve a criação de uma abertura na parte abdominal do corpo a partir de uma porção do intestino remanescente, para a eliminação de resíduos do corpo dentro de um saco especial. 

 

Às vezes, a colostomia é apenas temporária, até o cólon ou reto se curar após a cirurgia. Em alguns casos, no entanto, a colostomia pode ser permanente.

Quimioterapia

A quimioterapia utiliza medicamentos para destruir as células cancerosas. Portanto, pode ajudar a reduzir o risco de recorrência do câncer. Em pessoas com câncer retal, a quimioterapia pode ser utilizada junto da radioterapia.

Radioterapia

A radioterapia usa radiação ionizante no local do tumor, normalmente indicada para eliminar células cancerosas que restaram no tecido colorretal após uma cirurgia para retirada do tumor, ou então para reduzir tumores grandes antes de uma cirurgia, de modo que eles possam ser removidos mais facilmente. 

 

O médico também pode indicar a radioterapia para aliviar os sintomas de câncer de cólon e câncer retal. A radioterapia é raramente usada para câncer colorretal em estágio inicial, mas é parte da rotina de tratamento da doença especialmente se o câncer penetrou na parede do reto ou para os nódulos linfáticos próximos. A radioterapia, combinada com a quimioterapia, podem ser indicadas após a cirurgia para reduzir o risco de o câncer reaparecer.

Terapia alvo

A terapia alvo usa drogas ou outras substâncias que tem a função de identificar e atacar as células cancerígenas com pouco dano às células normais. Sabemos que cada tipo de terapia alvo funciona de uma maneira diferente, mas todas alteram a forma como uma célula cancerígena cresce, se divide, se auto-repara, ou como interage com outras células. 

 

A terapia alvo é indicada para pacientes que têm alterações específicas em seus tumores, e nem sempre pode ser indicado como tratamento, pois não beneficia a todos.

 

Como prevenir?

Faça os exames regularmente

O teste mais específico para avaliação direta do intestino grosso e reto é a colonoscopia. Trata-se de uma endoscopia feita pelo ânus, que permite a visualização direta de toda a mucosa intestinal em sua circunferência, desde o reto até o íleo terminal (fim do intestino delgado) e possibilitando coleta de material para análise. 

 

A cápsula endoscópica é um exame que também permite a visualização da luz intestinal, mas não permite biópsias, e é utilizado quando existem lesões obstrutivas que impossibilitam a passagem do colonoscópio ou quando quer se avaliar o intestino delgado, segmento de difícil acesso pelos endoscópios. 

 

Um estudo feito por pesquisadores do Massachusetts General Hospital Gastrointestinal Unit descobriu que fazer uma colonoscopia a cada 10 anos a partir dos 50 anos de idade poderia evitar 40% dos casos de câncer colorretal. O estudo acompanhou mais de 89 mil profissionais de saúde durante um período de 20 anos e foi publicado no New England Journal of Medicine. 

 

A colonoscopia se tornou exame de rotina como prevenção de câncer colorretal, e deve começar a ser feito a partir dos 50 anos de idade para pessoa sem histórico familiar da doença. Aqueles que possuem fatores de risco devem incluir o exame na rotina após os 40 anos ou 10 anos antes da idade do caso mais precoce na família. A colonoscopia também pode ser indicada em investigação de dores abdominais, alteração do hábito intestinal, hemorragias pelo ânus, diarreias e outras queixas relacionadas. 

 

Se os exames forem normais, devem ser repetidos a cada cinco ou dez anos. Já o resultado alterado deve ser repetido conforme orientação do médico.

Cuide de doenças do cólon e reto

Claro que além da história genética, a presença de doenças inflamatórias intestinais crônicas, como a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, aumenta o risco de câncer de cólon e reto. Isso acontece devido ao estímulo inflamatório constante, que culmina acelerando a multiplicação celular. Portanto, pacientes portadores dessas doenças devem manter uma regularidade maior dos exames: de um modo geral, anualmente após oito anos de doença se portador de colites ou uma vez a cada dois anos se tiver uma doença que afeta um segmento específico do intestino, como diverticulite.

Evite certos alimentos

Alguns hábitos alimentares, como o consumo excessivo de carne vermelha, embutidos, enlatados e defumados não são saudáveis para o intestino. A digestão desses alimentos resulta na produção de metabólitos, substâncias tóxicas que podem ser o estopim para transformação genética das células da mucosa no intestino grosso, se muito tempo em contato com a mucosa intestinal. 

 

O consumo de carne vermelha deve ser limitado a 200g por semana – entre uma a duas vezes por semana – para aqueles em grupo de risco para doenças do intestino, enquanto os outros tipos de alimento devem ser evitados ao máximo. Estudos demonstraram que as carnes processadas aumentam o risco de câncer mais do que o consumo de carne não processada. O motivo é o mesmo: substâncias cancerígenas que são formadas a partir do método de processamento da carne.

 

Controle o peso

Estar com o peso acima do que é considerado saudável também pode ser um fator de risco para o câncer de cólon. 

 

Um estudo publicado no American Journal of Epidemiology revelou que a obesidade e acúmulo de gordura abdominal aumentam a probabilidade de uma pessoa desenvolver câncer de cólon e reto. A análise foi liderada por uma especialista da Maastricht University, na Holanda, e contou com a participação de 120 mil adultos holandeses com idade entre 55 e 69 anos. 

 

Após avaliar cada um dos indivíduos, os cientistas constataram que homens com sobrepeso significativo ou em início de obesidade tinham um risco 25% maior de ter câncer colorretal. 

 

Além disso, aqueles cujo tamanho da cintura era significativamente maior apresentaram um risco 63% maior de ter esse tipo de câncer. O desequilíbrio metabólico, que inclui sobrepeso, obesidade e diabetes, aumenta o risco de câncer de intestino. E a diminuição da circunferência abdominal interfere nos níveis de insulina e glicose, contribuindo para uma melhor regularização do metabolismo. Vale ressaltar que o papel da atividade física regular é fundamental para esse equilíbrio.

 

Coma bastante fibras

Você sabia que o consumo de frutas, legumes, verduras e grãos integrais aumenta a quantidade de bactérias do intestino, ajudando no seu funcionamento adequado? Com a microbiota (flora intestinal) funcionando corretamente, é mais fácil para o órgão suprimir a atividade de outras bactérias que são nocivas e podem formar substâncias tóxicas. 

 

Além do mais, um intestino saudável ajuda a eliminar com regularidade os metabólitos tóxicos do organismo na evacuação. As fibras das frutas, verduras e cereais regularizam o trânsito, diminuindo o tempo de exposição da mucosa intestinal a substâncias potencialmente cancerígenas.

 

Beba mais líquidos

Além do consumo maior de fibras, é importante hidratá-las para manter o ritmo intestinal. As fezes não hidratadas ficam endurecidas e demoram para serem eliminadas e o ideal é que se elimina fezes a cada 48 horas, ou seja, dois dias. Mais do que isso faz com as substâncias cancerígenas fiquem em contato com as mucosas do intestino, o que pode levar ao câncer colorretal.

 

O recomendado é tomar de 2 a 3 litros por dia, o que dá 12 copos: quatro pela manhã, quatro a tarde e quatro à noite

 

Faça exercícios

A prática de atividades físicas regularmente pode reduzir a incidência de câncer de intestino. Inclua pelo menos uns 30 minutos de atividade física moderada em cinco dias da semana – isso ajudará seu intestino a funcionar melhor, estimulando a movimentação do órgão, além de contribuir para diminuição do estresse e controle do peso, ambos fatores conhecidos para aumentar o risco de câncer.

 

Pare de fumar

Hoje existem mais de 100 estudos científicos comprovando que o cigarro é causa de câncer de intestino. De forma global, quem fuma tem 18% mais chance de desenvolver câncer de cólon e reto quando comparado ao não-fumante. Isso acontece porque as substâncias tóxicas do cigarro estimulam mutações genéticas em todo o organismo, podendo favorecer uma série de cânceres.

E se o meu risco de câncer colorretal é genético?

Nesses casos, a adoção dos hábitos acima não impede o aparecimento dos pólipos, mas pode retardá-los.

E se eu já tive um câncer colorretal?

É sempre muito importante conversar com seu médico para entender quais dos hábitos de vida podem ter propiciado ou acelerado o aparecimento desse tipo de câncer e então mudá-los, além de fazer o tratamento correto indicado pelo médico que se adapta melhor ao seu caso.

 

Qual o objetivo da campanha Março Azul-Marinho?

Da mesma forma que os movimentos Outubro Rosa e o Novembro Azul trabalham para conscientizar a população sobre o câncer de mama e de próstata, respectivamente, o Março Azul Escuro tem o objetivo de levar mais informações sobre o câncer colorretal. A campanha tem como símbolo um laço marinho.

 

Trata-se de uma doença que abrange os tumores que começam na parte do intestino grosso, chamada cólon, no reto (final do intestino) e no ânus. É também denominado câncer de cólon e reto.

 

Como os hospitais podem aderir a essa campanha?

Para que o movimento Março Azul-Marinho se torne mais conhecido é essencial que profissionais e instituição de saúde — como hospitais, clínicas e postos de saúde — se engajem na iniciativa. Mas como fazer isso?

 

  • por preparar cartazes e materiais informativos com dados sobre a doença e com esclarecimento de seus sintomas e de suas formas de prevenção;
  • por promover campanhas preventivas anuais para a população acima de 50 anos — com a realização do exame de sangue oculto nas fezes, como preconiza a OMS, visando ao diagnóstico precoce;
  • por treinar as equipes para disseminar informações sobre esse tipo de câncer.

 

A campanha ainda é nova, mas pode ganhar força como ocorreu com o Outubro Rosa se os profissionais e estabelecimentos de saúde passarem a celebrar a data — educando pacientes e familiares sobre o câncer colorretal.

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Como aprendemos até agora, é importante pensar em formas de se envolver com o movimento do Março Azul-Marinho para conscientizar a sociedade e aumentar, assim, a realização de exames preventivos, visando à detecção precoce dessa doença. Comente abaixo conosco sua opinião sobre a campanha, queremos saber o que você pensa! 

 

Redação CliqueFarma

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