As células tronco também são conhecidas como células fonte. Elas se tratam de um tipo muito específico de células que são capazes de dar origem a outras células, desempenhando um importantíssimo papel na reposição celular e na regeneração tecidual. Mais especificamente, para uma célula ser considerada célula tronco ela deve, obrigatoriamente, apresentar duas características: divisão contínua e capacidade de diferenciação.
As células-tronco podem se transformar em outros tipos de células necessárias ao organismo. Ilustração: Designua / Shutterstock.com
Células-tronco o que são? Quais suas ações terapêuticas?
Existem mais de 200 tipos diferentes de células no corpo humano, que variam conforme sua localização, função e origem. Assim, temos células nervosas, ósseas, musculares, epiteliais, glandulares, entre outras. Todas elas são formadas a partir de um grupo especial, as células tronco.
Classificação células tronco
Costuma-se classificar as células-tronco em diferentes tipos: células-tronco totipotentes, células-tronco embrionárias, células-tronco adultas e células pluripotentes induzidas. Vamos falar um pouco de cada uma delas.
Células-tronco embrionárias
São as células tronco propriamente ditas, com capacidade de se transformar em qualquer outra por meio da divisão celular. Existem apenas nos primeiros estágios de desenvolvimento do embrião. Ao nascimento, podem restar algumas no cordão umbilical, por isso existe a prática de conservá-lo após o parto.
Células-tronco somáticas
São encontradas em diversos tecidos do corpo, mesmo depois da idade adulta. Diferentemente das células tronco embrionárias, podem se transformar apenas em poucos tipos de células, com capacidade bem limitada. É o caso de células da medula óssea, que se transformam em sanguíneas, por exemplo.
Células-tronco totipotentes
São capazes de formar células de qualquer tecido do corpo, inclusive tecidos embrionários e extraembrionários. Costuma-se dizer que esse tipo de célula é capaz de originar um organismo por inteiro. Como exemplo de células-tronco totipotentes, podemos citar o zigoto e as células provenientes de seu desenvolvimento até a fase de mórula;
Células-tronco adultas
Essas células são também denominadas de células-tronco multipotentes, pois, diferentemente das células-tronco embrionárias e totipotentes, elas não são capazes de se diferenciar em todos os tipos celulares existentes. As células-tronco adultas são capazes apenas de gerar células do tecido que originaram. Esse tipo de célula é obtido, por exemplo, na medula óssea humana e no sangue do cordão umbilical;
Células pluripotentes induzidas: Essas células são criadas em laboratório a partir da reprogramação do código genético. Após ser reprogramada, uma célula adulta é capaz de voltar ao seu estágio de célula-tronco embrionária.
Importância do uso de células-tronco na Medicina
Na Medicina, as células-tronco apresentam grande utilidade, pois podem ser utilizadas para substituir as células doentes. Com essa técnica, conhecida como terapia celular, é possível tratar diferentes doenças. Diversos estudos têm mostrado a eficiência das células-tronco na reconstituição de tecido cardíaco após infarto e no tratamento de doenças neurológicas, por exemplo. Assim sendo, são fundamentais estudos na área para que se conheça melhor o funcionamento dos diferentes tipos de células-tronco e em que doenças elas são mais eficientes.
É importante salientar que transplantes de células-tronco adultas são feitos desde a década de 1950 pela técnica de transplante de medula óssea. Essa técnica, consideravelmente eficiente, têm sido utilizada para tratar doenças que afetam o sistema hematopoiético, responsável pela produção de células sanguíneas.
Legislação brasileira a repeito das células-tronco
A lei nº 11.105, de 24 de março de 2005, regulamenta no Brasil as normas que regem os estudos com células-tronco. De acordo com essa lei, “é permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições: sejam embriões inviáveis; ou sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados na data da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.” Vale frisar que, em qualquer um dos casos, faz-se necessário o consentimento dos genitores.
Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br