Proteína do leite

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Hoje nosso blog explica a respeito da proteína ou proteínas do leite. Cliquefarma vai falar quais elas são, o que é a alergia à proteína do leite, diferença entre APLV e intolerância à lactose e muito mais. Acompanhe o artigo até o final e não perca nenhum detalhe!

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Quais são as proteínas do leite?

As proteínas do leite são de fácil digestão. Além disso, elas são de elevado valor biológico e contêm os aminoácidos essenciais em quantidade e proporção adequadas. Daí sua importância na alimentação, principalmente na fase de crescimento, pois é possível obter do leite boa parte das necessidades diárias de proteínas. As principais proteínas do leite são a caseína, a b-lactoglobulina e a a-lactoalbumina. 

Os cinco tipos de caseínas (fosfoproteínas) representam 80% das proteínas do leite, o restante é constituído pela b-lactoglobulina e a-lactoalbumina com 16% e 4% do total das proteínas respectivamente. Outras proteínas, por exemplo, as enzimas, as imunoglobulinas e os hormônios, são encontradas em pequenas quantidades. 

Tanto a b-lactoglobulina como a a-lactoalbumina são nutricionalmente melhores que a caseína, devido ao maior conteúdo de aminoácidos essenciais, como lisina, metionina e triptofano. As recomendações de consumo de proteínas pela OMS (1984) variam de 0,75 g/kg/dia para adultos a 1,85 g/kg para crianças de 3 meses a 6 meses. 

Desnaturação das proteínas

As proteínas são moléculas estruturalmente ordenadas e qualquer alteração nessa conformação leva à desnaturação. As principais causas são: calor, adição de ácidos ou bases, radiações ultravioleta, luz ou ação mecânica. As transformações que ocorrem numa proteína quando um ovo é cozido ou se batem as claras ou, ainda, quando se adiciona um ácido ao leite são exemplos de desnaturação. 

O tratamento térmico ao qual o leite é submetido, principalmente no leite longa vida, leva à desnaturação das proteínas. A causa é a modificação da conformação globular ou pregueada das proteínas para a forma linear, causando, assim, um desenrolamento da cadeia peptídica. 

O resultado é a formação de novos enlaces entre moléculas, que tornam as proteínas quimicamente mais reativas. O fenômeno da desnaturação não implica necessariamente diminuição da digestibilidade das proteínas nem a diminuição do seu valor biológico. A liberação de grupos sulfidrílicos das proteínas é a maior vantagem da desnaturação do leite, que por sua vez aumenta a resistência do leite à oxidação, por reduzir o potencial de oxidorredução. 

A desnaturação da proteína bovina sérica do leite, pelo tratamento térmico, é benéfica para o homem, pois a sua forma ativa é desencadeadora de agressão auto-imune a diversos sistemas, como as células beta do pâncreas, produtoras de insulina. Pois bem, a proteína bovina sérica desnaturada perde sua ação agressora e reduz o risco de doenças auto-imunes, da aterosclerose e da diabete insulino-dependente. 

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O que é APLV?

Segundo o Ministério da Saúde, a APLV é o tipo de alergia alimentar mais comum nas crianças de até dois anos. A alergia é caracterizada pela reação do sistema imunológico às proteínas do leite, principalmente à caseína e as proteínas do soro.

A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é uma resposta do sistema de defesa do corpo (resposta imunológica específica) que acontece após a exposição ao leite de vaca. O corpo interpreta que a proteína do leite de vaca é algo “estranho”, e dessa forma reage contra a mesma. Pode acontecer através do leite materno (já que a mãe ingere leite de vaca e passa para o bebe), da ingestão do leite de vaca ou do contato do leite com a pele. Essa reação depende da susceptibilidade individual.

A APLV aparece geralmente na infância, muitas vezes no primeiro mês de vida, mas pode acontecer em crianças maiores ou adultos. Geralmente ela tende a melhorar espontaneamente (ou seja, entrar em remissão) em 45 a 50% dos casos até o primeiro ano de idade e em 85% dos casos até 3 anos de idade. Porém, estudos mais recentes descrevem resolução em uma pequena porcentagem na idade escolar, às vezes na adolescência, comprometendo a qualidade de vida dos pacientes.

A cada ano verifica-se que a tolerância (quando o paciente não apresenta mais sintomas decorrentes da ingestão ao leite de vaca) ao leite de vaca torna-se mais tardia. Altos níveis de IgE específica e coexistência de APLV com asma e rinite são fatores preditivos para persistência da doença. 35% dos pacientes com dermatite atópica podem apresentar alergia alimentar, e o leite tem um destaque.

Causas da APLV

Na maioria dos casos, os sintomas da APLV aparecem quando a criança começa a consumir leite de vaca e derivados, mas há também a possibilidade da alergia surgir mesmo em bebês nutridos exclusivamente de leite materno, por conta da alimentação da mãe. 

Nessas situações é recomendado que a mãe evite o consumo desses alimentos.

Como o organismo das crianças é imaturo, o contato com a proteína do leite pode causar a alergia. Mas ela também pode ser provocada por uma predisposição genética.

No início da doença, o pediatra pode sentir dificuldade de fazer um diagnóstico por conta de os sintomas serem muito similares a outros distúrbios.

Sintomas da alergia à proteína do leite de vaca

Na APLV há sintomas que aparecem imediatamente após a ingestão do leite, ou seja, no máximo até 2 horas da ingestão do mesmo. Nesse mecanismo existe a participação de um anticorpo chamado IgE, por esse motivo essas reações são denominadas “IgE mediadas”. Podem envolver a pele, o aparelho gastrointestinal e o sistema respiratório.

Sintomas da pele envolvem:

  • Urticária: presença de placas avermelhadas na pele com coceira intensa
  • Angioedema: inchaço na pele resultante de edema da camada profunda da derme ou da submucosa, aparece em face, pescoço, extremidades e genitália.

Já os sintomas digestivos da APLV são:

  • Dor abdominal
  • Náuseas
  • Vômitos
  • Diarreia
  • Recusa alimentar
  • Síndrome da alergia oral, que é restrita a orofaringe, desencadeando coceira, inchaço e sensação de queimação nos lábios, língua, palato e garganta, acontece após o contato do leite de vaca com a mucosa oral).

Já os sintomas respiratórios isoladamente são raros. Geralmente vem acompanhados de sintomas cutâneos ou gastrintestinais. Podem manifestar-se com coriza, coceira nasal, espirros e entupimento nasal associados com lacrimejamento, vermelhidão e coceira nos olhos, tosse, falta de ar, chiado no peito e edema de laringe. As manifestações mais graves podem fazer parte de um quadro de anafilaxia.

Manifestações como otites de repetição não estão relacionadas com APLV, de acordo com os estudos científicos. Pode ocorrer também a anafilaxia, uma reação de hipersensibilidade grave, generalizada, que acomete vários órgãos podendo levar ao óbito. 

Pode acontecer envolvimento de 2 ou mais dos seguintes quadros:

  • Envolvimento da pele e/ou mucosas
  • Comprometimento respiratório
  • Comprometimento cardiovascular (taquicardia, arritmia, diminuição da pressão arterial, cianose e choque).

Sintomas tardios da alergia ao leite de vaca

Na APLV há sintomas que aparecem horas a dias após a ingestão do leite de vaca, neste caso não há envolvimento do anticorpo IgE, por isso são denominadas “não mediadas por IgE”. As manifestações envolvem principalmente o trato gastrintestinal. 

Um exemplo de enfermidade não mediada por IgE é a proctocolite. É um quadro que aparece entre a segunda e oitava semanas de vida, sem comprometimento do estado nutricional, em que as fezes aparecem com sangue vivo e muco. 

Há também a síndrome de heiner e a FPIES (sigla inglesa para enteropatia induzida por proteína do leite de vaca).

Às vezes ocorre o envolvimento do mecanismo mediado por IgE e não mediado por IgE, nesse caso dizemos que se trata de um mecanismo misto. Exemplos: dermatite atópica, esofagite eosinofílica. Nessas doenças pode acontecer a alergia à proteína do leite de vaca.

Como a alergia ao leite de vaca é tratada?

O tratamento da APLV é realizado através da exclusão do leite de vaca da dieta do paciente. A criança deve substituí-lo por outro produto, que de acordo com a orientação do especialista, poderá ser proteína isolada de soja, fórmula extensamente hidrolisada ou fórmula de aminoácidos.

No estado de São Paulo, em 2007, foi promulgada uma lei que passou a atender à dispensação de fórmula extensamente hidrolisada, de aminoácidos ou de proteína isolada de soja para pacientes com APLV.

Não poderá haver ingestão dos seguintes itens:

  • Leite integral, semidesnatado ou desnatado, seja em pó ou líquido
  • Leite condensado
  • Leite maltado
  • Leite sem lactose
  • Creme de leite
  • Nata
  • Coalhada
  • Queijos
  • Manteiga
  • Iogurtes ou outros laticínios.

É muito importante conferir os rótulos de produtos em geral como bolachas, chocolates, pudins, doces e margarina. Atenção para os rótulos onde constam: soro de leite, caseína, caseinato, lactoalbumina, fermento lácteo, fórmula láctea. Estes não podem ser consumidos. A manipulação de utensílios deve ser vigiada para que não haja contaminação. Alimentos que constam “traços de leite” não devem ser consumidos.

Para a mãe que está amamentando, a orientação é continuar sempre com leite materno exclusivo, mas ela deve excluir de sua dieta leite e derivados, assim como produtos em que constam traços de leite. Leite e queijo de cabra, ovelha e búfala não podem ser consumidos. Deve-se ter cuidado com a presença de leite em sabonetes, cosméticos e medicamentos.

Dietas maternas com restrições específicas não são recomendadas para evitar a APLV. Estimular o parto normal é importante, o parto cesárea associa-se ao maior risco de APLV nos primeiros anos de vida, contraindicar o tabagismo, estimular o aleitamento materno, orientar uma alimentação equilibrada e saudável, evitar o uso indiscriminado de antiácidos e antibióticos são fatores que podem reduzir o risco de APLV. 

A introdução de alimentos sólidos para criança com APLV não deve ser retardada. Recentemente os estudos científicos demonstraram que as crianças com APLV, que toleram alimentos processados (bolos, muffins e panquecas) que contenham leite constituem um fenótipo, podendo adquirir tolerância mais rapidamente.

Algumas perguntas e respostas sobre APLV

A revista Bebê.com da editora Abril postou um artigo interessante com diversas perguntas respondidas por especialistas sobre o assunto da APLV e vamos transcrever agora mesmo algumas aqui para você! Veja só:

Como é feito o diagnóstico de APLV?

São necessárias diversas etapas para saber se uma criança tem mesmo a APLV. A primeira consiste em uma avaliação da história clínica do paciente para investigar, por exemplo, os sintomas, os alimentos associados ao quadro e os tipos de reação. Em seguida, são feitos exames laboratoriais para identificar a presença de anticorpos específicos para as proteínas do leite.

Se após essas duas fases a suspeita de alergia alimentar for significativa, recomenda-se retirar da dieta do pequeno os prováveis culpados pelo problema – no caso da APLV, além do leite, todos os derivados da bebida e também cosméticos e medicamentos que contenham ingredientes à base da proteína do leite de vaca (por isso, atenção aos rótulos!). 

Para os bebês que ingerem fórmulas, a recomendação é substituir pelas versões com proteína hidrolisada, que é melhor tolerada por conter uma molécula menor. Já as crianças que apresentaram os sintomas durante o aleitamento materno exclusivo, a amamentação deverá ser mantida, mas a lactante terá que excluir os lácteos do cardápio, porque há possibilidade de as proteínas serem transmitidas pelo leite da mãe.

Por fim, outra etapa fundamental do diagnóstico da APLV é o teste de provocação oral (TPO), que consiste na introdução do leite na rotina alimentar do paciente em pequenas quantidades. Se a criança tiver alguma reação imediata, é confirmada a alergia. No entanto, pode ser que ela não apresente sintomas no momento do exame. Neste caso, o consumo de leite deverá ser feito em casa – sob orientação médica – e, se houver respostas significativas em até 30 dias depois do fim do teste, a APLV pode ser confirmada. 

A APLV tem cura?

Não há um medicamento específico que trate a APLV. A principal forma de aliviar os sintomas é seguir uma dieta livre dos itens que provocam a alergia. A boa notícia é que a maior parte dos casos tende a desaparecer até os 5 anos de idade. “Em algumas situações, é possível fazer com que o paciente se torne tolerante à proteína do leite de vaca por meio de técnicas de dessensibilização, nas quais busca-se uma maior aceitação a partir da introdução de pequenas quantidades do alimento”, conta a diretora da Asbai.

A criança com APLV pode apresentar outros tipos de doença?

Sim. Devido às características genéticas da alergia, os pequenos com APLV são mais propensos a desenvolver, por exemplo, dermatite atópica, asma e rinite. 

Bebês com APLV também podem apresentar alergia à soja?

Pesquisas apontam que as reações adversas a essa leguminosa ocorrem entre 10% e 35% dos pacientes com APLV. Assim como o leite, a soja é rica em proteínas, que podem ser encaradas como uma ameaça pelo sistema imune ainda imaturo do bebê. 

O quadro é mais comum em indivíduos cuja alergia não é IgE mediada, ou seja, quando não há anticorpos específicos contra as moléculas proteicas. É que essa versão da doença está associada a um comprometimento da mucosa intestinal – o que a torna mais permeável e, portanto, sensível a elementos estranhos.

“É por isso que, até os seis meses de vida, não se substitui o leite de vaca pelo de soja em crianças com APLV”, esclarece Vera Lúcia Sdepanian, chefe da disciplina de Gastroenterologia Pediátrica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O mesmo vale para a bebida proveniente da cabra, cuja proteína é muito semelhante à da vaca. A indicação, portanto, é oferecer ao pequeno as tais fórmulas hidrolisadas, com proteínas fracionadas e que tendem a ser digeridas. 

Nos casos mais graves, em que a criança não aceita esse composto, a saída são as versões não alergênicas, que contêm apenas aminoácidos.

Que tipos de cuidados/restrições alimentares a mãe que amamenta uma criança com APLV precisa ter?

As medidas são, basicamente, adotar uma dieta livre de leite e derivados e evitar o uso de produtos que contenham a proteína nociva. Mas isso só deve ser feito se houver orientação médica. “Até porque a APLV acontece, principalmente, quando a criança consome fórmulas no lugar do leite materno”, pondera a professora da Unifesp.

Outra atitude que não deve ser tomada por conta própria é a suspensão do aleitamento – mesmo que a mulher esteja em uma alimentação restrita de lácteos. Afinal, é por meio da amamentação que o bebê recebe enzimas, anticorpos e até proteínas que o ajudarão a tolerar melhor os alimentos no futuro.

Como garantir que os pequenos com APLV – tanto os que estão na fase de amamentação quanto os que já podem ingerir outros alimentos – consumam as doses recomendadas de cálcio?

Os pequenos com APLV que ainda estão amamentando têm o aporte de cálcio garantido pelo leite da mãe – que está cheio do nutriente. Já aqueles que precisam ingerir as fórmulas infantis atingem as doses recomendadas por meio desses compostos alimentares.

O problema está nas crianças maiores que precisam seguir uma dieta restrita de leite e seus derivados, como queijos e iogurte. “Nesse caso, é necessário fazer a suplementação de cálcio por medicamentos”, informa Vera Lucia. É que as outras fontes do mineral – a exemplo de brócolis, sardinha e amêndoa – não chegam nem perto dos lácteos quando o assunto é o teor desse nutriente. 

“Seria preciso comer quantidades muito grandes desses alimentos, o que não é possível”, diz a docente da Unifesp. Por isso, se o seu filho faz parte dessa turma, é necessário conversar com o médico para saber qual é a melhor forma de suplementar.

A dieta da mãe durante a gravidez pode influenciar de alguma forma o desenvolvimento da alergia alimentar?

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), não há comprovações científicas de que eliminar certos alimentos do cardápio na gestação possa prevenir que alergias alimentares apareçam.  

É necessário retardar a exposição da criança com APLV a outros alimentos alergênicos, como ovos e castanhas?

Não, a menos que o pequeno tenha alergia a algum outro alimento. “No caso da APLV, a restrição deve ser apenas a itens que contenham a proteína do leite de vaca, o que inclui, além do leite, queijos, manteiga, creme de leite…”, enumera Vera Lucia Sdepanian.

A que aspectos do rótulo os pais de crianças com APLV devem ficar atentos?

Além de conhecer os derivados do leite, pais e mãe de pequenos com essa alergia devem estar atentos a substâncias com nomes muitas vezes complicados e que contêm a proteína do leite de vaca. De acordo com a SBP, algumas das principais são: alfacaseína, betacaseína, caseinato, alfalactoalbumina, betalactoglobulina, alfalactoglobulina, aroma de queijo, lactulose e lactose presente em medicamentos.

Alergia à proteína do leite de vaca (APLV) ou intolerância à lactose? Veja as diferenças entre elas

Como vimos até agora, A APLV é uma reação do sistema imunológico às proteínas presentes no leite de vaca, como a caseína; já a intolerância à lactose é quando o sistema digestivo reage ao açúcar presente no leite.

Você tem percebido que o seu bebê passa mal depois de mamar? Pode ser que ele tenha alergia à proteína do leite de vaca (APLV) ou intolerância à lactose. Mas ainda que ambas apresentem alguns sintomas semelhantes, são condições diferentes e variam, inclusive, de acordo com a gravidade das reações. E o mais importante: as duas têm tratamento.

A alergia ao leite de vaca é muito mais comum em crianças – especialmente em bebês. Adultos raramente têm APLV. A intolerância à lactose pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais recorrente em adultos e idosos. Também pode surgir como consequência, às vezes temporária, em casos de diarreia prolongada ou doenças inflamatórias intestinais.

A APLV pode trazer consequências mais graves do que a intolerância à lactose. Sabendo que ela é mais recorrente na infância, é mais alta a chance de um bebê apresentar APLV do que intolerância à lactose. Vamos entender as diferenças entre as duas condições?

Entendendo as diferenças entre APLV e intolerância à lactose

A alergia à proteína do leite de vaca é uma reação do sistema imunológico às proteínas presentes no leite de vaca e em seus derivados, como manteiga, queijo, requeijão e iogurte. Para entender melhor como isso acontece, vamos lembrar de ter em mente que as proteínas são moléculas grandes constituídas por aminoácidos ligados entre si, como em um colar de pérolas.

A ligação desses aminoácidos (ou pérolas, na nossa analogia) forma regiões chamadas epítopos, consideradas as mais alergênicas das proteínas alimentares. Ou seja, os locais onde as pérolas se tocam no colar são os principais locais reconhecidos pelo sistema imunológico como “inimigos”.

Assim, quando a criança alérgica ingere o leite de vaca, o seu sistema de defesa irá reconhecer as proteínas como prejudiciais e produzirá anticorpos IgE específicos e/ou células inflamatórias que acarretarão reações alérgicas.

a intolerância à lactose é a impossibilidade de digerir leite e seus derivados. Ela ocorre em pessoas que não produzem a enzima lactase, ou não a produzem em quantidade suficiente para digerir a lactose, o açúcar presente no leite.

A intolerância à lactose, portanto, envolve o sistema digestivo, e não o sistema imune. Em vez de digerir normalmente a lactose no estômago e intestino delgado, a substância se move para o cólon, onde é decomposta por bactérias, causando inchaço e gases.

Alergia ou intolerância à lactose?

O sintomas são os principais indicadores, fundamentais para o diagnóstico. A APLV pode causar diversas reações, que podem ocorrer imediatamente após a ingestão do leite de vaca ou até semanas após o consumo. Veja as mais recorrentes:

  • Vômitos
  • Cólicas
  • Diarreia
  • Dor abdominal
  • Prisão de ventre
  • Sangue nas fezes
  • Refluxo
  • Urticária
  • Dermatite atópica
  • Asma
  • Chiado no peito
  • Rinite
  • Reação anafilática
  • Baixo ganho de peso e crescimento

A intolerância à lactose, por outro lado, causa apenas sintomas intestinais. Eles podem ocorrer em minutos ou horas após a ingestão de leite de vaca. Assim, não há sintomas tardios. As principais reações são:

  • Diarreia
  • Cólica
  • Gases
  • Distensão abdominal (barriga estufada)

Diagnóstico e tratamento

Para diagnosticar ambas as condições, é preciso consultar um médico que irá traçar o histórico clínico e registrar os principais sintomas. Como dito anteriormente, no caso da APLV, exames podem ajudar quando há sintomas imediatos, pois há a produção de anticorpos que podem ser identificados nos testes.

Mas o diagnóstico final é confirmado apenas quando as reações regridem durante a dieta de exclusão e o Teste de Provocação Oral. Ele consiste em reintroduzir o leite em pequenas e progressivas doses para entender se o leite é realmente a causa dos sintomas. Importante destacar que essa etapa deve ser sempre realizada na presença do médico, caso a criança apresente alguma reação alérgica mais grave.

A intolerância à lactose é diagnosticada pela observação dos sintomas associados à ingestão de alimentos com lactose. Assim que as condições forem diagnosticas, o profissional de saúde dará início ao tratamento. Para a APLV, é preciso retirar da dieta tudo o que contenha leite de vaca. Ele poderá indicar alimentos substitutivos para garantir o crescimento e desenvolvimento adequado da criança ou a dieta de restrição para as mulheres que amamentam. Portanto, não se preocupe: seguindo as recomendações médicas, não há motivos para que o seu filho tenha a saúde prejudicada. 

No caso da intolerância à lactose, o consumo de leite e seus derivados será reduzido, mas a quantidade depende de cada caso.

É importante lembrar que nem a APLV nem a intolerância à lactose significam o fim da amamentação. O leite materno deve ser sempre o principal alimento oferecido ao bebê e o médico fará a orientação da dieta materna para que a amamentação não seja interrompida.

Conseguiu entender um pouco mais a respeito da proteína do leite, APLV e intolerância à lactose? Caso ainda esteja com qualquer dúvida, deixe-nos um comentário no box abaixo que teremos o maior prazer em interagir com você! 

Categorias: Alimentação
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